Estivemos na Conferência anual da POLIS, uma rede de cidades promovendo transporte sustentável, para apresentar a campanha #BicicletanosPlanos e teve muita boa inspiração para seguirmos adiante na promoção da mobilidade sustentável.
A conferência apresentou discussões muito boas e aprofundadas em volta de temas atuais como mobilidade compartilhada (car- e bikesharing), combate à poluição do ar, mobilidade autônoma e, claro, mobilidade ativa.
Sobre qualidade do ar, que foi tema de abertura, a plateia foi unânime em acreditar que a melhor forma de combater a poluição do ar é incentivando massivamente a caminhada e uso da bicicleta. Mesmo assim, a crença em carros elétricos como solução surgiu repetidamente. Um twitter matou a charada: “temos poluição do ar e congestionamento. Carros elétricos só vão solucionar um desses problemas”.
O painel onde a campanha #BicicletanosPlanos foi apresentada pelo JP Amaral contou com diversas iniciativas para caminharmos e pedalarmos mais. Muitos deles apresentaram soluções simples e integradas a outras políticas públicas, que requerem baixos recursos, e que devemos trabalhar a bicicleta ou caminhar de forma integrada com outras políticas e transporte público, de modo a ter mais alcance. Ficou claro também que a infraestrutura cicloviária não traz ciclistas imediatamente e, por isso, medidas suaves como campanhas de engajamento devem surgir. E para isso, é fundamental trabalharmos com público-alvos, como crianças, trabalhadores, mulheres e idosos, que têm necessidades e canais de comunicação específicos.
Crédito: Robert Stussi
Na temática de segurança viária, o foco foi em como coletar e trabalhar dados coletados com a finalidade de reduzir ou eliminar acidentes de trânsito, em especial de públicos mais vulneráveis, como ciclistas e pedestres. Um exemplo fascinante foi de Salzburg, onde a universidade compilou mais 3 mil ocorrências de acidentes em 1,8 mil localizações, mas observaram que apenas em 16 localizações houveram mais de 10 ocorrências. Isso facilitou à prefeitura decidir melhor como e onde iria investir seus recursos de melhoria da segurança viária.
O desfecho da conferência veio com a grande questão: “automatização nas cidades: oportunidade ou ameaça?” O tema de cidades inteligentes (“Smart Cities”) está cada vez mais presente no tema de mobilidade, principalmente por veículos autônomos (ou robotizados). Porém, Philippe Crist do International Transport Forum resumiu muito bem o tema: “como queremos ver um futuro automatizado? Um futuro onde nossas cidades continuem sendo feitas pelas e para as pessoas.”
Confira outros destaques da conferência no Twitter pela hashtag #Polis2016.